domingo, 3 de abril de 2011

Actividade Pecuária

"Toda a vida fui pastor, toda a vida guardei gado, tenho uma cova no peito de me encostar ao cajado."


Martinho Cavaco tem 75 anos nasceu em Odeleite e é pastor há 50 anos. Aos 20 anos casou-se e começou a exercer a profissão.

O Sr. Martinho tem um rebanho com 50 cabras que lhe dão leite e cabritos, o leite é transformado em queijos e os cabritos são vendidos. A vida de pastor não é fácil, este sai com as cabras ás 6 da manhã para o pasto e volta ás 17.30 da tarde, o dia é cansativo e comprido, e a profissão não é muito bem remunerada. Apesar de tudo isto, o pastor Martinho gosta muito da sua profissão.



"Toda a vida fui pastor, toda a vida guardei gado, tenho uma cova no peito de me encostar ao cajado."

O cão acompanha sempre o pastor e ajuda-o a guardar o rebanho.

Uma Cabra têm em média dois cabritos por ano.

O Burro Ibérico facilita em muito o trabalho do pastor, ajudando-o a mover quando as pernas cansadas já doem.

Exemplo de Cabritos

Exemplo da Cabra Algarvia

A Prova Pastelaria

Uma das melhores pastelarias da região tem vindo a demostrar a cada dia dedicação bom nome, e o seu principal objectivo é manter a qualidade para continuar a satisfazer os seus clientes.




Aberta ao público desde 1991, a pastelaria A Prova é o resultado do esforço, da criatividade e do trabalho de um grupo de mulheres que se fizeram doceiras e montaram uma empresa de sucesso no Azinhal.

São frequentemente convidadas para eventos, programas televisivos e outras iniciativas de promoção e divulgação do artesanato algarvio.

Variedade e qualidade são padrões de referência, em que se destacam: o bolo de figo, a torta de alfarroba, o bolo de amêndoa, a filhó, a broa, a empanadilha, diversa pastelaria típica algarvia, etc. .

História

Em 1989 fomos para um curso de doçaria regional apoiado pela associação IN LOCO, tivemos formação durante dois anos, o 1º ano teórica e o 2º prática. A formação foi nos dada por um pasteleiro de hotelaria e também por doceiras da nossa terra que nos ensinaram receitas típicas da nossa região.

O curso iniciou com sete mulheres da região 4 desistiram e nós três unimo-nos e graças á associação IN LOCO que nos fez acreditar que era possível fixamo-nos no Azinhal e com o apoio do IDEFP conseguimos comprar o equipamento para iniciar a actividade, dez anos depois de trabalharmos juntas colectadas em nome individual conseguimos comprar uma casa no Azinhal e formamos empresa.

Hoje vinte anos depois somos cinco mulheres (nós e mais duas empregadas) e continuamos a satisfazer os gostos de cliente que vêem de muito longe ao Azinhal para comer bolos da PROVA.


Pequeno resumo em verso por uma das sócias.


Três meninas de olhos claros

Naturais da freguesia

Da aldeia do Azinhal

Que é uma aldeia Algarvia


Na altura desempregadas

E queriam trabalhar

Um curso de doçaria

é que veio mesmo a calhar


Agarramos com vontade

Devagar e calmamente

Com os pés assentes no chão

E assim fomos para a frente


E assim fomos para a frente

E não queremos parar

Ainda somos tão jovens

Temos filhos para educar


Na aldeia do Azinhal

“A Prova” pastelaria

Vendem muitos bons bolinhos

E atendem com simpatia


E atendem com simpatia

Cá nesta aldeia pequena

A Anabela, a Eduarda e

também a Madalena


Não pensem que é fantasia

O que rimei é verdade

O lema da nossa casa

É justiça e lealdade

Anabela Mestre (uma das sócias da pastelaria)


A Cabra Algarvia no Azinhal

O Azinhal e uma freguesia no concelho de Castro Marim que acolhe a associação ANCRAL. Achei importante dar destaque a esta associação porque se distina ao apoio e a preservação desta especie.

Cabra Algarvia


A cabra algarvia é resultante do cruzamento da cabra charnequeira do Algarve com a cabra marroquina (no séc. XIX) e do cruzamento posterior com a cabra alpina espanhola (no início do séc. XX). É um animal predominante no Nordeste e no Sudeste do Algarve (mas também no Alentejo).

Muito resistente, musculada, forte e prolífera e com grande potencial leiteiro (1,3 a 1,6 litros/dia, com leite de qualidade: 4,5% de teor de gordura e 3,8% de proteína), a cabra algarvia tem bom rendimento na produção de carne.

O queijo fresco, bastante apreciado pelo sabor e pelas qualidades nutricionais, beneficia da alimentação da cabra algarvia criada em regime extensivo na serra. A cabra algarvia esteve em vias de extinção, mas actualmente encontram-se registados cerca de 180 machos e 4600 fêmeas (um macho cobre 25 a 30 fêmeas).

A Associação Nacional dos Criadores de Caprinos de Raça Algarvia (ANCCRAL) foi fundada no Azinhal em 1991 e continua a ter a sua sede no Azinhal. Visa a criação, a preservação e o melhoramento dos caprinos de raça algarvia e exerce a sua actividade promovendo seminários temáticos, elaborando projectos de investimentos, fazendo apoio técnico, colaborando em projectos de investigação, apoiando candidaturas a subsídios e a prémios e divulgando conhecimentos sobre a cabra algarvia.

Fonte: http://azinhalalgarve.wordpress.com/page/6/


sexta-feira, 18 de março de 2011

Indústria Conserveira em Vila Real de Santo António

A conserva do Atum e da Sardinha era as que mais se destacavam.


As primeiras praticas de conserva de peixe, foram a conservação pelo frio, a secagem a fumagem e a salga. Também se desenvolveram outros modos de conservar o peixe como azeite, vinagre, e açúcar, mas estes processos não conservavam o peixe o tempo suficiente por isso foram deixados para trás, e utilizados os transcritos primeiro. Deixou de se usar os frascos de vidro e começou-se a usar um recipientes fabricados de folha de flandres, a conhecida comida embalada.

Latas de conserva

Em 1896 surgiram as primeiras fábricas de conserva de sardinha em Portugal. Portugal foi dos primeiros países no mundo a conservar peixe. Vila Real de Santo António, Olhão, Setúbal, e Peniche destacam-se na Industria Conserveira.

A indústria conserveira teve origem em Vila Real de Santo António por meio de italianos que se mudaram para a vila.

Existiu uma contínua expansão da indústria conserveira em Vila Real de Santo António, em 1903 existiam oito fábricas geridas por italianos.

O fabrico da conserva de atum consistia: o atum entrava na fábrica, era cortado ao meio, tirava-se a espinha dorsal, depois era metido em tinas para ficar a sangrar, sendo depois cozido e enlatado.

Entre 1943 e 1953 Vila Real de Santo António registou o maior número de fábricas, chegando a ter 21 fábricas. Na década de 40, era o atum que dominava a produção, em 1943 eram produzidos semanalmente várias toneladas de conservas, não apenas em atum, mas também em sardinha. Vila Real de Santo António nesta década era o centro mais importante relativamente à produção e à exportação de atum.

Na década de 70 começou a queda da produção, a maior parte das fábricas encerrou, e as que ficaram acabaram por fechar. Em 2001 fechou a última fábrica que existia em Vila Real de Santo António, a Comalpe do grupo Cofaco.

Antiga fábrica de conserva degradada.

Antiga fábrica degradada 2.



Dias Medievais – Castelo De Castro Marim

Esta terra é cada vez mais conhecida por "UMA TERRA COM HISTÓRIA"



Os Dias Medievais no Castelo de Castro Marim contribuem para uma visita guiada à vida e ao imaginário de uma Idade Média que se deixa sonhar e viver nas suas fascinantes contradições. Longe do stress e dentro das muralhas do Castelo, os visitantes podem viver quatro dias repletos de experiencias e vivencias do homem medieval. Tanto pelos sabores, e espectáculos os dias medievais são sem dúvida uma espécie de vivencia a cem por cento da vida medieval.

Todos os anos, durante alguns dias, a Castro Marim esquece a electricidade, os automóveis, a tecnologia e os telemóveis e torna-se uma página arrancada de um livro de História.

Organizados pela Câmara Municipal de Castro Marim e pelo Instituto Português do Património Arquitectónico, os Dias Medievais no Castelo de Castro Marim iniciam-se com a abertura da Feira Medieval e um desfile histórico pelas ruas da vila, guardando muitas outras surpresas.

Os dias medievais realizam-se normalmente no final de Agosto, meados de Setembro, e de ano para ano têm revelado cada vez mais surpresas.


quinta-feira, 17 de março de 2011

Iluminismo no Baixo Guadiana


  • "Aqui em Vila Real de Santo António foi feita, a partir do zero, uma cidade nova, de raiz, no período de dois anos, por ordem e intervenção directa do Marquês de Pombal", explicou Nuno Grancho, arquitecto da empresa municipal Sociedade de Reabilitação Urbana.


Praça Marques de Pombal





O Terramoto de 1 de Novembro de 1755 atingiu todo o sul de Portugal assim como também outras zonas do país, mas o Algarve sofreu uma destruição generalizada. Pela destruição causada estima-se que o sismo atingiu 9 graus na escala Richter.

Cacela ficou muito danificada, tendo sido reconstruída ainda no séc. XVIII, quando surgiu a actual fortaleza. A população foi abandonando a vila e deslocando-se para cerca de 1km de distância. Junto à estrada para Vila Real de Santo António e à actual linha de caminho de ferro, cresceu Vila Nova de Cacela ou Cacela como hoje se chama, denominando-se a antiga vila de Cacela, junto ao mar, Cacela-a-Velha.

Forte De Cacela Velha






Também Castro Marim sofreu grande abalo, tendo sido destruído grande parte do seu património arquitectónico, por isso deixaram de ser utilizadas as habitações no interior da Muralha. A vila cresceu, no entanto, não conseguiu recuperar a importância de séculos passados, agravada pelo nascimento de Vila Real de Santo António.

Vila Real de Santo António surge no reinado de D. José I (1750 – 1777), quando o 1º ministro Marquês de Pombal promove, no 3º quartel do séc. XVIII, uma autêntica reforma na economia algarvia. Depressa se apercebeu que teriam que ser tomadas medidas urgentes na região, por um lado para evitar que os espanhóis se “apoderassem” da economia da zona e para aproveitar os abundantes recursos em peixe, principalmente sardinha, que era abundante na Baia de Monte Gordo.

Planta de Vila Real de Santo António






Foi então que o marquês de Pombal decidiu mandar construir uma vila que traduzisse a afirmação estratégica, por forma a controlar o comércio na fronteira e desenvolver as pescas que, mais tarde, fariam surgir a indústria conserveira. Vila Real de Santo António acabaria por ser construída em menos de dois anos sobre o areal junto à foz do Guadiana e fundada em 1774. O traçado geométrico do urbanismo pombalino que fez nascer a cidade constitui, hoje, um exemplo único do “Iluminismo em Portugal”.

A nova vila passou a depender da pesca do atum, pois a sua situação geográfica e o seu porto trazia a Vila Real de Santo António uma situação privilegiada, que podia receber barcos de maior calibre, começando a atrair uma grande frota de barcos de pesca e de transporte. Seguiu-se a instalação de várias fábricas de conservas e ao atum veio juntar-se a sardinha.

Pesca do Atum no Algarve









História da Região



  • As terras do Baixo Guadiana são Castro Marim, Vila Real de Santo António e Alcoutim, zonas de Mar, Rio. Este território é em grande parte composto por meios rurais.


  • Pré-História

Podemos pressupor uma humanização desta região a foi partir do IV milénio a.C., por comunidades de pastores-agricultores que teriam necessidade de terras para cultivar e para pastagem. Foram encontrados numerosos instrumentos de pedra polida datados dessa época que podem comprovar essa ocupação.

  • Ocupação Romana

Os romanos chegaram a estas terras no início do século II a.C., já nesta épica se explorava minério que existia em alguns locais da região. Ainda hoje encontramos vestígios de Vilas romanas junto ao Rio Guadiana - é o caso da Vila Romana do Montinho das Laranjeiras, estando disponível para receber visitantes. Também foram encontrados vestígios aquedutos e reservatórios utilizados no abastecimento de águas, exemplo disso são as ruínas da Barragem do Álamo. Também em Cacela os vestígios de época romana são numerosos e de extrema importância, tendo sido encontrados tanques de salga de pescado, olarias, entre outros.

Legenda: Vila Romana do Montinho das Laranjeiras

  • Ocupação Árabe

No início do século VIII, a região passou para domínio dos Mouros, tendo estes fortificado alguns pontos estratégicos. É o caso de Alcoutim, onde ainda hoje se encontram vestígios da fortificação construída no cerro de Santa Bárbara. Esta implantação teria tido na sua origem uma preocupação estratégica de domínio do Rio Guadiana e para comercio do cobre que era extraído na região.







Lgenda :Castelo Velho de Alcoutim

Outro dos pontos estratégicos foi Cacela. Cacela ganha um carácter militar, tendo sido construído o “hisn” de Cacela no século X. O hisn foi uma importante estrutura de defesa militar, integrada nas rotas terrestres e circuitos marítimos entre o Oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo. Esta fortificação defendia a costa de possíveis ataques de tropas vindos do mar.

Os árabes deixaram varias marcas na região assim como um pouco em todo o território algarvio, como o consumo de frutos secos e frutas citrinas, e sem duvida muito vocabulário.

  • Reconquista Cristã/ Século XI

No reinado de D. Sancho II as povoações de Castro Marim e Alcoutim foram conquistadas aos mouros, em 1242 e em 1240 respectivamente, e são integradas em território português.

Com o avanço da Reconquista Cristã verifica-se um decréscimo no povoamento rural, embora nem todos os locais tenham sido definitivamente abandonados.

Desde a conquista aos mouros que houve uma preocupação em proteger a fronteira a sul. Em 1277, D. Afonso III concede a Castro Marim Carta de Foral com grandes privilégios para atrair população mais facilmente àquela zona, erguendo, sobre as fortificações pré-existentes, o Castelo de estrutura quadrangular.







Legenda: Castelo de Castro Marim

A maior parte da população vivia da terra, mas a posição estratégica de Castro Marim retirava do mar e do rio, através da pesca, outros produtos importantes para a economia da região, que negociava facilmente com o Reino do Algarve e a vizinha Andaluzia.

D. Dinis dá foral a Alcoutim em 1304, mandando reedificar as muralhas e o castelo, doando a vila à Ordem Militar de São Tiago.

  • Século XV-XVII

No século XV, com a introdução das campanhas ultramarinas, a região, nomeadamente Castro Marim, ganha uma nova força, tornando-se um ponto estratégico para a conquista ultramarina. Dada a sua proximidade com Marrocos, Castro Marim passou a ter um papel fundamental na luta contra a pirataria muçulmana, sendo a principal praça de guerra do Algarve após as obras de restauro que D. Manuel I mandou fazer ao castelo em 1509. A vila torna-se num importante ponto de segurança, porto piscatório e comercial.






Legenda: Forte de São Sebastião - Castro Marim

D. João IV (1640 – 1656) decidiu mandar restaurar o Castelo de Castro Marim e fazer construir o Forte de S. Sebastião no cerro do Cabeço e o Revelim de Sto. António no cerro Rocha do Zambujal, este forte destinava-se a controlar o tráfego marinho no Guadiana.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Geografia e Território

O Baixo Guadiana, localizado na região do Algarve, integra os concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António e está limitado por:a Norte pela ribeira do Vascão; a Leste pelo rio Guadiana e a Sul pelo oceano. Apenas a sua fronteira ocidental constitui uma divisão administrativa, demarcando-o do concelho de Tavira e, numa pequena porção do seu extremo Noroeste, do concelho de Loulé.


O território do Baixo Guadiana abrange uma área total de aproximadamente 940 km², representando cerca de 19% do total da região do Algarve. O concelho de Vila Real de Santo António, apesar de ser o concelho com menor área, é o que regista maior densidade populacional com 298.3 hab./km², seguido de Castro Marim com 21.6 hab./km² e finalmente Alcoutim com apenas 5.9 hab./km² (dados INE 2004).


Mapa :

Alcoutim

Castro Marim

Vila Real de Santo António