sexta-feira, 18 de março de 2011

Indústria Conserveira em Vila Real de Santo António

A conserva do Atum e da Sardinha era as que mais se destacavam.


As primeiras praticas de conserva de peixe, foram a conservação pelo frio, a secagem a fumagem e a salga. Também se desenvolveram outros modos de conservar o peixe como azeite, vinagre, e açúcar, mas estes processos não conservavam o peixe o tempo suficiente por isso foram deixados para trás, e utilizados os transcritos primeiro. Deixou de se usar os frascos de vidro e começou-se a usar um recipientes fabricados de folha de flandres, a conhecida comida embalada.

Latas de conserva

Em 1896 surgiram as primeiras fábricas de conserva de sardinha em Portugal. Portugal foi dos primeiros países no mundo a conservar peixe. Vila Real de Santo António, Olhão, Setúbal, e Peniche destacam-se na Industria Conserveira.

A indústria conserveira teve origem em Vila Real de Santo António por meio de italianos que se mudaram para a vila.

Existiu uma contínua expansão da indústria conserveira em Vila Real de Santo António, em 1903 existiam oito fábricas geridas por italianos.

O fabrico da conserva de atum consistia: o atum entrava na fábrica, era cortado ao meio, tirava-se a espinha dorsal, depois era metido em tinas para ficar a sangrar, sendo depois cozido e enlatado.

Entre 1943 e 1953 Vila Real de Santo António registou o maior número de fábricas, chegando a ter 21 fábricas. Na década de 40, era o atum que dominava a produção, em 1943 eram produzidos semanalmente várias toneladas de conservas, não apenas em atum, mas também em sardinha. Vila Real de Santo António nesta década era o centro mais importante relativamente à produção e à exportação de atum.

Na década de 70 começou a queda da produção, a maior parte das fábricas encerrou, e as que ficaram acabaram por fechar. Em 2001 fechou a última fábrica que existia em Vila Real de Santo António, a Comalpe do grupo Cofaco.

Antiga fábrica de conserva degradada.

Antiga fábrica degradada 2.



Dias Medievais – Castelo De Castro Marim

Esta terra é cada vez mais conhecida por "UMA TERRA COM HISTÓRIA"



Os Dias Medievais no Castelo de Castro Marim contribuem para uma visita guiada à vida e ao imaginário de uma Idade Média que se deixa sonhar e viver nas suas fascinantes contradições. Longe do stress e dentro das muralhas do Castelo, os visitantes podem viver quatro dias repletos de experiencias e vivencias do homem medieval. Tanto pelos sabores, e espectáculos os dias medievais são sem dúvida uma espécie de vivencia a cem por cento da vida medieval.

Todos os anos, durante alguns dias, a Castro Marim esquece a electricidade, os automóveis, a tecnologia e os telemóveis e torna-se uma página arrancada de um livro de História.

Organizados pela Câmara Municipal de Castro Marim e pelo Instituto Português do Património Arquitectónico, os Dias Medievais no Castelo de Castro Marim iniciam-se com a abertura da Feira Medieval e um desfile histórico pelas ruas da vila, guardando muitas outras surpresas.

Os dias medievais realizam-se normalmente no final de Agosto, meados de Setembro, e de ano para ano têm revelado cada vez mais surpresas.


quinta-feira, 17 de março de 2011

Iluminismo no Baixo Guadiana


  • "Aqui em Vila Real de Santo António foi feita, a partir do zero, uma cidade nova, de raiz, no período de dois anos, por ordem e intervenção directa do Marquês de Pombal", explicou Nuno Grancho, arquitecto da empresa municipal Sociedade de Reabilitação Urbana.


Praça Marques de Pombal





O Terramoto de 1 de Novembro de 1755 atingiu todo o sul de Portugal assim como também outras zonas do país, mas o Algarve sofreu uma destruição generalizada. Pela destruição causada estima-se que o sismo atingiu 9 graus na escala Richter.

Cacela ficou muito danificada, tendo sido reconstruída ainda no séc. XVIII, quando surgiu a actual fortaleza. A população foi abandonando a vila e deslocando-se para cerca de 1km de distância. Junto à estrada para Vila Real de Santo António e à actual linha de caminho de ferro, cresceu Vila Nova de Cacela ou Cacela como hoje se chama, denominando-se a antiga vila de Cacela, junto ao mar, Cacela-a-Velha.

Forte De Cacela Velha






Também Castro Marim sofreu grande abalo, tendo sido destruído grande parte do seu património arquitectónico, por isso deixaram de ser utilizadas as habitações no interior da Muralha. A vila cresceu, no entanto, não conseguiu recuperar a importância de séculos passados, agravada pelo nascimento de Vila Real de Santo António.

Vila Real de Santo António surge no reinado de D. José I (1750 – 1777), quando o 1º ministro Marquês de Pombal promove, no 3º quartel do séc. XVIII, uma autêntica reforma na economia algarvia. Depressa se apercebeu que teriam que ser tomadas medidas urgentes na região, por um lado para evitar que os espanhóis se “apoderassem” da economia da zona e para aproveitar os abundantes recursos em peixe, principalmente sardinha, que era abundante na Baia de Monte Gordo.

Planta de Vila Real de Santo António






Foi então que o marquês de Pombal decidiu mandar construir uma vila que traduzisse a afirmação estratégica, por forma a controlar o comércio na fronteira e desenvolver as pescas que, mais tarde, fariam surgir a indústria conserveira. Vila Real de Santo António acabaria por ser construída em menos de dois anos sobre o areal junto à foz do Guadiana e fundada em 1774. O traçado geométrico do urbanismo pombalino que fez nascer a cidade constitui, hoje, um exemplo único do “Iluminismo em Portugal”.

A nova vila passou a depender da pesca do atum, pois a sua situação geográfica e o seu porto trazia a Vila Real de Santo António uma situação privilegiada, que podia receber barcos de maior calibre, começando a atrair uma grande frota de barcos de pesca e de transporte. Seguiu-se a instalação de várias fábricas de conservas e ao atum veio juntar-se a sardinha.

Pesca do Atum no Algarve









História da Região



  • As terras do Baixo Guadiana são Castro Marim, Vila Real de Santo António e Alcoutim, zonas de Mar, Rio. Este território é em grande parte composto por meios rurais.


  • Pré-História

Podemos pressupor uma humanização desta região a foi partir do IV milénio a.C., por comunidades de pastores-agricultores que teriam necessidade de terras para cultivar e para pastagem. Foram encontrados numerosos instrumentos de pedra polida datados dessa época que podem comprovar essa ocupação.

  • Ocupação Romana

Os romanos chegaram a estas terras no início do século II a.C., já nesta épica se explorava minério que existia em alguns locais da região. Ainda hoje encontramos vestígios de Vilas romanas junto ao Rio Guadiana - é o caso da Vila Romana do Montinho das Laranjeiras, estando disponível para receber visitantes. Também foram encontrados vestígios aquedutos e reservatórios utilizados no abastecimento de águas, exemplo disso são as ruínas da Barragem do Álamo. Também em Cacela os vestígios de época romana são numerosos e de extrema importância, tendo sido encontrados tanques de salga de pescado, olarias, entre outros.

Legenda: Vila Romana do Montinho das Laranjeiras

  • Ocupação Árabe

No início do século VIII, a região passou para domínio dos Mouros, tendo estes fortificado alguns pontos estratégicos. É o caso de Alcoutim, onde ainda hoje se encontram vestígios da fortificação construída no cerro de Santa Bárbara. Esta implantação teria tido na sua origem uma preocupação estratégica de domínio do Rio Guadiana e para comercio do cobre que era extraído na região.







Lgenda :Castelo Velho de Alcoutim

Outro dos pontos estratégicos foi Cacela. Cacela ganha um carácter militar, tendo sido construído o “hisn” de Cacela no século X. O hisn foi uma importante estrutura de defesa militar, integrada nas rotas terrestres e circuitos marítimos entre o Oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo. Esta fortificação defendia a costa de possíveis ataques de tropas vindos do mar.

Os árabes deixaram varias marcas na região assim como um pouco em todo o território algarvio, como o consumo de frutos secos e frutas citrinas, e sem duvida muito vocabulário.

  • Reconquista Cristã/ Século XI

No reinado de D. Sancho II as povoações de Castro Marim e Alcoutim foram conquistadas aos mouros, em 1242 e em 1240 respectivamente, e são integradas em território português.

Com o avanço da Reconquista Cristã verifica-se um decréscimo no povoamento rural, embora nem todos os locais tenham sido definitivamente abandonados.

Desde a conquista aos mouros que houve uma preocupação em proteger a fronteira a sul. Em 1277, D. Afonso III concede a Castro Marim Carta de Foral com grandes privilégios para atrair população mais facilmente àquela zona, erguendo, sobre as fortificações pré-existentes, o Castelo de estrutura quadrangular.







Legenda: Castelo de Castro Marim

A maior parte da população vivia da terra, mas a posição estratégica de Castro Marim retirava do mar e do rio, através da pesca, outros produtos importantes para a economia da região, que negociava facilmente com o Reino do Algarve e a vizinha Andaluzia.

D. Dinis dá foral a Alcoutim em 1304, mandando reedificar as muralhas e o castelo, doando a vila à Ordem Militar de São Tiago.

  • Século XV-XVII

No século XV, com a introdução das campanhas ultramarinas, a região, nomeadamente Castro Marim, ganha uma nova força, tornando-se um ponto estratégico para a conquista ultramarina. Dada a sua proximidade com Marrocos, Castro Marim passou a ter um papel fundamental na luta contra a pirataria muçulmana, sendo a principal praça de guerra do Algarve após as obras de restauro que D. Manuel I mandou fazer ao castelo em 1509. A vila torna-se num importante ponto de segurança, porto piscatório e comercial.






Legenda: Forte de São Sebastião - Castro Marim

D. João IV (1640 – 1656) decidiu mandar restaurar o Castelo de Castro Marim e fazer construir o Forte de S. Sebastião no cerro do Cabeço e o Revelim de Sto. António no cerro Rocha do Zambujal, este forte destinava-se a controlar o tráfego marinho no Guadiana.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Geografia e Território

O Baixo Guadiana, localizado na região do Algarve, integra os concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António e está limitado por:a Norte pela ribeira do Vascão; a Leste pelo rio Guadiana e a Sul pelo oceano. Apenas a sua fronteira ocidental constitui uma divisão administrativa, demarcando-o do concelho de Tavira e, numa pequena porção do seu extremo Noroeste, do concelho de Loulé.


O território do Baixo Guadiana abrange uma área total de aproximadamente 940 km², representando cerca de 19% do total da região do Algarve. O concelho de Vila Real de Santo António, apesar de ser o concelho com menor área, é o que regista maior densidade populacional com 298.3 hab./km², seguido de Castro Marim com 21.6 hab./km² e finalmente Alcoutim com apenas 5.9 hab./km² (dados INE 2004).


Mapa :

Alcoutim

Castro Marim

Vila Real de Santo António